A Faculdade São Leopoldo Mandic e seu corpo docente estão sempre em busca de novidades e ainda mais conhecimento. Entre os dias 20 e 23 de março, a estudante de Medicina Paola Napolitana Pereira e sua orientadora, a coordenadora das disciplinas de Patologia do Curso de Medicina, Prof. Dra. Icléia Siqueira Barreto, participaram virtualmente do congresso americano de Endocrinologia ENDO 2021 (Endocrine Society), um dos mais relevantes da área em todo o mundo.
Na ocasião, elas apresentaram os resultados de um estudo, em forma de pôster, em uma sessão clínica do congresso, que investigou, de forma pioneira, uma possível associação entre a Tireoidite de Hashimoto e a Neoplasia Folicular da Tireoide Não Invasiva (NIFTP), como foi recentemente reclassificada pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Os resultados do trabalho ficarão disponíveis, por três meses, no site do Congresso àqueles que se inscreveram no evento. Trata-se de uma investigação inicial em relação a essa possível interação, abrindo caminho para estudos prospectivos adicionais. De acordo com a professora, alunos de pós-graduação da SLMANDIC darão continuidade à pesquisa.
Nova nomenclatura
A necessidade de mudança da nomenclatura para NIFTP ocorreu em 2016, após a análise morfológica de produtos de tireoidectomias, em associação com os seus respectivos achados clínicos. A partir dessa avaliação, percebeu-se que quando o carcinoma papilífero da tireoide, que é o tipo histológico mais comum de neoplasia maligna nessa glândula, se apresentava como variante folicular, bem delimitado ou encapsulado, aparentemente possuía um comportamento clínico indolente e localizado, ou seja, com baixa ocorrência de recorrência local pela neoplasia, assim como metástases linfonodais regionais e à distância.
Por esse motivo, quando o carcinoma da tireoide variante folicular possui essas características, ele passa a ser classificado como NIFTP. A nova classificação teve impactos no tratamento, antes muito agressivo para o carcinoma papilífero da tireoide e, até mesmo, no impacto psicológico dos pacientes com relação ao estigma causado pela palavra “câncer”. Agora, o paciente que recebe o laudo de NIFTP é apenas acompanhado clinicamente por um longo período de tempo, não mais necessitando de radioterapia e esvaziamento cervical linfonodal.
Aluna em evidência
Vale destacar que a estudante faz parte do Internato de Medicina da Faculdade São Leopoldo Mandic, de Campinas, e também foi aluna do Programa Institucional de Iniciação Científica (PIC).
Ela conta como foi trabalhoso o processo de pesquisa, a busca por congressos e revistas de alto impacto na área científica, assim como foi satisfatório receber o aceite de participação no ENDO 2021. “Desde o começo tínhamos vontade de publicar, porque é uma pesquisa que quase não existia na literatura”, contou, e acrescentou que pretende fazer especialização nas áreas de Endocrinologia ou Oncologia, além de uma subespecialização em cuidados paliativos. A coordenadora Icléia explica que a participação dos estudantes como palestrantes em congressos agrega valor à vida profissional, trazendo, até mesmo, vantagens na disputa em provas de residência