Os sistemas de ancoragem são importantes nos tratamentos ortodônticos, mas sempre representaram um desafio por serem complexos e dependerem da colaboração dos pacientes. Na atualidade, os mini-implantes passaram a ser amplamente utilizados. Eles ficam camuflados no interior da boca, o que evita desconfortos sem interferir na estética. São pontos de apoio fixos, que não dependem da colaboração dos pacientes.
Porém, uma das maiores preocupações com relação aos mini-implantes é o risco de lesões às raízes dos dentes, quando são introduzidos no meio deles. Para minimizar os riscos de trauma radicular, Marcelo Campos, aluno da Faculdade São Leopoldo Mandic, em Campinas, desenvolveu seu projeto de doutorado “Mini-implante duplo com tripla rosca para ancoragem ortodôntica”. A tese foi defendida na última sexta-feira, dia 21 de setembro. A banca examinadora foi composta pelos professores Dr. Marcelo Sperandio e Dr. Aguinaldo Garcez Segundo, da SLMANDIC, e Dr.a Tatiana Meulman e Dr.a Juliana Maia, doutoras pela Unicamp.
De acordo com Marcelo, o mini-implante desenvolvido por ele é menos invasivo, sendo formado por duas peças, sendo curto, oco e com tripla rosca, o que aumenta a área de contato e otimiza a estabilidade primária. “A técnica de aplicação é simplificada e, quando há espessura óssea adequada, pode ser utilizado até sobre as raízes dentárias. É uma ferramenta de grande versatilidade em meio aos acessórios de ancoragem esquelética ortodônticos tradicionais”, afirma.
Por suas características inovadoras, o mini-implante duplo desenvolvido na São Leopoldo Mandic, teve sua patente registrada no INPI (Instituto Nacional da Propriedade Intelectual). Para a orientadora da tese, a Prof.a Dr.a Daiane Cristina Peruzzo, “o projeto de patente é o trabalho que interfere de forma mais direta para o desenvolvimento da ciência e tem como objetivo facilitar as atividades clínicas do ortodontista e, principalmente, otimizar o tratamento para o paciente”.