Programa recebeu prêmio em congresso nacional
Se você é profissional da saúde, não especialista em Disfunção Temporomandibular (DTM) ou iniciante na especialidade, o aplicativo “Critérios DTM” pode ajudá-lo no diagnóstico dessa desordem, que possui alguns subtipos e é frequentemente confundida com o bruxismo. Gratuito e disponível para Android, esse aplicativo auxilia no diagnóstico da DTM por meio de uma série de questionários para análise de critérios internacionalmente definidos pelo protocolo Diagnostic Criteria for Temporomandibular Disorders (DC/TMD), em inglês.
A grande vantagem desse aplicativo é permitir um possível diagnóstico baseado nos sintomas relatados pelos indivíduos e encaminhá-los a um especialista em disfunção temproromandibular para que a dor seja controlada. Dessa forma, evita-se o comprometimento emocional da dor, tão frequente nos consultórios, não apenas no campo da Odontologia, e que interfere na qualidade de vida do sujeito.
O programa foi desenvolvido pelo cirurgião bucomaxilofacial Fernando Teixeira Guida, sob orientação da prof.ª Dr.ª Luciane Lacerda Franco Rocha Rodrigues, no curso de Mestrado Profissional em Disfunção Temporomandibular e Dor Orofacial da Faculdade São Leopoldo Mandic, unidade de Campinas. O aplicativo rendeu à Fernando o prêmio de 2º lugar na categoria de revisão de literatura apresentado em um dos principais eventos da área, o “V Congresso Brasileiro de Dor Orofacial”, promovido neste ano pela Sociedade Brasileira de Disfunção Temporomandibular e Dor Orofacial.
Desde o congresso, Fernando recebeu diversos convites para apresentar o aplicativo em outras oportunidades a grupos de estudos de Disfunção Temporomandibular. Como explicou a professora Luciane, por ser uma área relativamente nova, a DTM é muito pouco conhecida, até mesmo pelos próprios dentistas. Por isso a importância de projetos como esse. “É bem bacana a gente poder desenvolver esses aplicativos, porque os próprios dentistas ficam perdidos quando aparece um paciente de DTM no consultório, eles não sabem para quem encaminhar”.
O programa é baseado nas subclassificações da DTM. Segundo Fernando, o termo internacional que define os critérios para o diagnóstico da disfunção desenvolveu um fluxograma com um caminho que deve ser seguido para investigar a desordem temporomandibular. “Conversando com dois amigos, enxergamos que esse fluxograma tinha um algoritmo muito fácil de ser transformado em um aplicativo, o que seria de extrema ajuda, principalmente para o clínico que está começando na especialidade ou que não é especialista, mas atua na disfunção temporomandibular, como terapeutas, fonoaudiólogos, neurologistas, psicólogos, entre outros”, explicou.
Especialista em cirurgia bucomaxilofacial, Fernando revelou que fazer mestrado o fez quebrar paradigmas da profissão. “O mestrado foi um divisor de águas na minha vida, porque, nós, cirurgiões, tendemos a achar que toda alteração na articulação temporomandibular deve ser tratada cirurgicamente, e o mestrado me fez entender que não é assim, que é possível tratar de forma clínica e conservadora”, admitiu.