Em 14 de agosto é comemorado o Dia do Cardiologista. Para quem pensa que os médicos dessa área entendem apenas do coração, engana-se: para cuidar desse órgão tão complexo é preciso ter uma visão clínica completa de todo o organismo. Afinal, o funcionamento do coração – seja o bom ou o ruim – depende dos demais aparelhos do corpo, e qualquer alteração pode refletir nele.
O estudante de medicina que optar pela cardiologia deve saber que vai estudar bastante, e que precisará aprender, também, a ser um bom observador e, até, “conversador”. “Mesmo com tanta tecnologia, que temos atualmente, uma boa história e um bom exame físico ainda continuam sendo primordiais”, analisa a Dra. Fabiana Vilarinho, cardiologista e professora da Faculdade São Leopoldo Mandic.
Ela completa dizendo que: entre os pontos positivos da área, encontram-se os resultados, pois geralmente são imediatos e podem ser obtidos em curto e médio prazos, o que deixa o profissional bastante satisfeito. “Mas é importante lembrar, também, que o retorno depende, muitas vezes, da aderência do paciente ao tratamento. Por isso, o cardiologista deve olhar nos olhos do paciente e dizer exatamente o que ele precisa saber”, reforça.
Em relação às dificuldades da profissão, são exatamente as mesmas encontradas em toda a Medicina: a perda de um paciente, o arquivo de um prontuário, e o momento de ficar diante da família e admitir que os médicos são apenas instrumentos. “O coração é um órgão com automatismo próprio, e uma hora ele para mesmo, infelizmente. Por isso, nosso maior desafio é mantermos a humildade, e estarmos sempre estudando e nos atualizando”, adiciona a professora.
Avanços tecnológicos
Vale destacar que, nos últimos anos, com o avanço da tecnologia, os métodos diagnósticos vêm se tornando mais nítidos e ilustrativos, e a abordagem cirúrgica, em muitos casos, como nas valvopatias, tem se mostrado minimamente invasiva. Além disso, descobertas sobre a fisiopatologia das doenças e medicações que diminuem a mortalidade e melhoram a qualidade de vida dos pacientes passaram a permitir maior impulso na linha de prevenção, transformando a cardiologia em uma área cada vez mais vinculada ao bem-estar e ao estilo de vida do paciente.
Amor pela profissão
Aos interessados por seguir essa carreira, a professora deixa um recado: “a cardiologia é apaixonante porque trata do coração nos dois sentidos. Podemos criar vínculos que se estabelecem desde a primeira consulta e que duram a vida toda. Trata-se de uma área importante porque, mais do que curar, se compromete a ajudar o paciente a viver mais e melhor”, comemora.