Os cirurgiões-dentistas estavam carentes de informações e conhecimentos sobre biossegurança em seus consultórios e/ou clínicas para este momento de pandemia. Foi o que pudemos observar durante o curso virtual “Imersão em Biossegurança em Tempos de Pandemia”, promovido pela Faculdade São Leopoldo Mandic, que se tornou referência em medidas preventivas no combate à covid-19.
Foram 2 aulas, realizadas nos dias 28 e 30 de julho. Cerca de 6 mil pessoas, de 25 Estados brasileiros, participaram de cada apresentação ao vivo, de forma virtual. Outros inscritos – foram quase 10 mil – ainda poderão assistir as gravações até o dia 02 de agosto.
A abertura ficou por conta do Prof. Dr. José Luiz Junqueira, diretor-geral da Faculdade, e as apresentações foram comandadas pelo Prof. Dr. Victor Montalli, que faz parte do Comitê de Biossegurança da Instituição. O Prof. Dr. Marcelo Napimoga, diretor de Pós-graduação, Pesquisa e Extensão da SLMANDIC também marcou presença no primeiro dia, assessorando e organizando as principais perguntas dos participantes. Já no segundo encontro Montalli teve o apoio do Prof. Dr. Aguinaldo Silva Garcez.
“Dividimos com todos os colegas da odontologia, e da área de saúde no Brasil, como termos segurança para enfrentarmos os nossos dias de trabalho. Essa conversa vem do livro ao consultório porque, em função das pesquisas realizadas na Faculdade São Leopoldo Mandic e em outras Instituições também, os professores conseguiram unir todas as possibilidades de biossegurança aplicáveis para proteger o nosso profissional, o cirurgião-dentista. Lembrando que a vida precisa continuar, e que a inteligência foi feita para podermos seguir com muita proteção”, disse Junqueira.
Primeiros passos
Nesta primeira apresentação, os seguintes temas foram abordados: o panorama atual do SARS-CoV-2; os riscos aos quais os cirurgiões-dentistas estão expostos; as vias de transmissão; a biossegurança atualizada para o cenário da odontologia frente à covid-19; sequência de paramentação e desparamentação; e as medidas preventivas no fluxo do paciente.
“O SARS-Cov-2 é o responsável por nos reatentarmos sobre a biossegurança em Odontologia. Isso porque esse é um cenário que oferece grandes riscos, por conta do aerossol e das gotículas. Por isso, precisamos tomar todas as medidas de segurança e trabalharmos como se todos – profissionais e pacientes – estivessem infectados”, explica Montalli.
O treinamento apontou os equipamentos necessários para a proteção do cirurgião-dentista: os EPIs já utilizados normalmente pelos profissionais, adicionando o respirador N95 ou PFF2, óculos de proteção com vedação lateral, gorro e luvas descartáveis, jaleco de TNT (gramatura 50 ou mais, por ser considerado impermeável) e capa de chuva por cima do jaleco (a ser trocada a cada paciente).
“Para prolongar a utilização do mesmo respirador e evitar que molhe, é indicado colocar a máscara cirúrgica por cima. E a face shield, se acrescentada, serve para proteger das gotículas. Por fim, é preciso lavar as mãos com sabão sempre que possível e, principalmente, ao descartar as luvas, entre um paciente e outro.”
Já no caso do paciente, é apropriado que, ao chegar no consultório, escove os dentes, lave o rosto e utilize o enxaguante bucal com clorexidina 0,12%. E, antes do atendimento, que coloque o gorro e o babador descartáveis, assim como os óculos de proteção. A utilização de capa de chuva, os óculos de proteção, a máscara de tecido (enquanto estiverem aguardando o atendimento) também são indicados
E os cuidados com o ambiente clínico também são fundamentais. Sendo assim, deixe as bancadas com o mínimo possível de materiais, para facilitar a limpeza do ambiente.
Ainda mais conhecimento
A segunda apresentação reforçou o chamado “novo normal” na rotina odontológica, e abordou temas como: a importância da triagem a distância antes do atendimento, os métodos de esterilização e desinfecção de superfícies e equipamentos dentro dos consultórios, entre outras estratégias para o momento em que vivemos.
Para fechar, Montalli enfatizou os testes realizados dentro da Instituição, a fim de analisar e comprovar a eficácia de alguns métodos preventivos. Entre eles, a BIBO – Barreira Individual de Biossegurança Odontológica, que consiste em um bastidor com filme de PVC e tecido TNT acoplados a ele. Esse dispositivo, testado pela Faculdade, é uma alternativa bastante viável, que reduz os riscos de contaminação vinculados aos aerossóis dos consultórios odontológicos em até 94%. Veja mais informações a respeito desse tema, aqui.
Certificado de participação
Vale lembrar que todos os participantes receberão o certificado de “Profissional Responsável em Odontologia”, após acompanhamento do curso e realização de um breve teste sobre os temas tratados nele. O link com o questionário foi disponibilizado durante a aula, via QR Code.
O nosso muito-obrigado
A Faculdade São Leopoldo Mandic agradece a participação de todos os inscritos, e também às seguintes entidades: Conselho Federal de Odontologia – CFO, Conselhos Regionais de Odontologia – CROs, Sociedade Brasileira de Estomatologia e Patologia Oral – SOBE, Associação dos Cirurgiões Dentistas de Campinas – ACDC, além da Nova Revista ImplantNews. Vamos, juntos, combater essa pandemia, com muito conhecimento e muita segurança.