Em 19 de setembro é comemorado o Dia do Médico Ortopedista. Mas você sabe tudo o que essa profissão envolve?
A Ortopedia é dividida em duas partes: a Traumatologia, que cuida das doenças do aparelho locomotor, relacionadas aos traumas – fraturas, luxações, contusões e entorses; e a Ortopedia em si, que cuida das demais lesões do aparelho locomotor –degenerativas, congênitas, tumorais e doenças das crianças.
Para se tornar ortopedista, o interessado precisa passar por uma residência que dura três anos. “E, geralmente, fazemos uma subespecialidade que leva de um a dois anos a mais”, adianta o Dr. Wander Brito, médico ortopedista, com foco em cirurgia do joelho, e docente da Faculdade São Leopoldo Mandic.
Como todo médico, o profissional dessa especialidade pode atuar em diversos locais: hospitais, ambulatórios, prontos-socorros, centros cirúrgicos, consultórios, além de universidades, seja na pesquisa ou na docência. Porém, trata-se de uma área muito específica da medicina, uma vez que abrange itens como gesso, placas, parafusos, hastes, próteses etc.
Desafios, benefícios e inovação
Logicamente, a Ortopedia apresenta alguns desafios. Brito ressalta, especialmente, a dependência de bons instrumentais para as cirurgias. Ele diz que a tecnologia ajudou bastante nos últimos anos, mas que ainda existem alguns materiais que precisam ser melhorados. Além disso, cita as doenças que não têm cura, como é o caso da artrose. “Evoluímos em alguns tratamentos, porém estamos longe de uma melhora total para este mal”, lamenta.
Entre os pontos positivos, destacam-se: o fato de o mercado estar sempre aquecido e a amplitude da profissão. “Trabalhamos com diversos ossos, músculos e articulações”, enfatiza.
Quando questionado sobre as inovações, o professor diz que essa é uma área em que as pesquisas estão evoluindo rapidamente e com altíssimos investimentos. “Os maiores estudos são relacionados aos problemas do aparelho osteomuscular. Isso porque, embora as pessoas estejam envelhecendo com boa saúde, as doenças degenerativas das articulações ainda são complicadas, com tratamentos caros, longos e nem sempre satisfatórios”, diz.
Paixão pela profissão
Para o professor Wander Brito, a Ortopedia é tão apaixonante quanto importante para a sociedade em geral. “Inclusive, eu ministro uma aula sobre esse tema na Graduação. Nesses mais de 20 anos que atuo na profissão, pude ver a tecnologia sendo aplicada no dia a dia, assim como o surgimento de novos parafusos, placas, artroscopia e próteses. E já estamos vislumbrando o tratamento biológico, com grande potencial”, comemora.
E complementa: “gosto, imensamente, de trabalhar como ortopedista. Pacientes jovens me procuram para retornar ao esporte preferido, enquanto os idosos pedem ajuda para voltar a andar e ter qualidade de vida. Tudo isso é muito gratificante. É uma área que não enjoa, pois cada paciente tem uma queixa diferente, com patologias e tratamentos distintos.”
Presença feminina
Outro assunto interessante e atual da especialidade é o fato de a participação feminina estar cada vez maior. “Quando eu fiz a residência, eram apenas homens nos quadros de professores e alunos. Hoje esse cenário mudou”, comemora.