Entre os dias 31 de maio e 03 de junho de 2017, o docente das Disciplinas de Odontologia Legal e Anatomia da SLMANDIC, Prof. Paulo Miamoto, ministrou em São Luís (MA), treinamentos para profissionais de segurança pública no Instituto Médico Legal (IML) e no Instituto de Criminalística (ICRIM) do Estado do Maranhão.

A convite da Academia Integrada de Segurança Pública (AISP), as atividades envolveram peritos da capital e do interior, e trataram de tecnologias 3D de acesso aberto aplicadas a contextos forenses. Em palestra e demonstração aos peritos criminais do ICRIM, foram discutidas formas de digitalização por fotografias, inclusive com a simulação da digitalização de um local de crime fictício por fotos tiradas com um telefone celular.

Em um treinamento de imersão, uma turma formada por cirurgiões-dentistas, médicos e peritos criminais recebeu capacitação em reconstrução facial forense com software livre. Esta técnica é indicada para auxiliar as perícias de identificação de ossadas não reclamadas, por meio da divulgação de uma imagem facial cientificamente composta a partir do estudo forense dos ossos, na esperança de que um reconhecimento traga mais informações sobre uma investigação.

“A cooperação entre a Faculdade e os Institutos é importante para que a pesquisa possa dar apoio às perícias, garantindo à Sociedade a robustez científica nas respostas dadas pela Justiça”, avalia o docente. “Apesar de possuírem um alto potencial em ciências forenses, as ferramentas de tecnologia 3D somente poderão ser implementadas se sua apresentação for adequada à realidade dos IMLs e ICRIMs brasileiros, onde não raro há pouco investimento em equipamentos avançados e recursos digitais. Por isto, enxergamos no software aberto o instrumento que pode transpor esta barreira de maneira imediata, e fortalecer o trabalho dos peritos”, explica Miamoto.

Para o cirurgião-dentista Dr. Frederico Mamede, Diretor do Serviço de Tanatologia do IML, o oferecimento do curso traz uma oportunidade de maior integração entre os próprios peritos criminais, médicos legistas e odontolegistas. “Como a ferramenta de digitalização é de acesso aberto, poderíamos enriquecer as informações sobre locais de encontro de ossadas com o simples compartilhamento de fotografias que sejam posteriormente digitalizadas. Esta informação pode ser o diferencial para o esclarecimento de um caso”.

Tecnologias são parte do ensino na Faculdade, desde graduação a pós-graduação

As técnicas de digitalização 3D e reconstrução facial forense já são oferecidas na Faculdade São Leopoldo Mandic, em forma de aulas teóricas e práticas, para a disciplina de Odontologia Legal do curso de graduação, assim como serão transmitidas de modo aprofundado aos estudantes do curso de Especialização em Odontologia Legal, que conta com inscrições abertas e início em agosto/2017.