Os fios ortodônticos são essenciais na mecânica ortodôntica e permitem a movimentação dos dentes. Esses fios são fabricados com diferentes composições e sofrem um processo natural de degradação por ficarem expostos às alterações constantes que ocorrem na boca.

A aluna de mestrado em Ortodontia, da Faculdade São Leopoldo Mandic, Tatiana Furlan, desenvolveu uma pesquisa para avaliar a liberação de íons níquel, cobre e cromo de três diferentes marcas de fios (Flexy NiTi Copper, Tanzo Copper NiTi Titanium Wire e Damon Optimal-Force Copper Ni-Ti) que contém cobre na sua composição. As três marcas foram comparadas com um fio sem adição de cobre, e imersas em meios neutro e ácido, para simular as condições da cavidade bucal.

Os resultados mostraram que há diferenças, entre os diferentes fios e meios de imersão, em relação à quantidade de íons metálicos liberados.

O Flexy NiTi Copper foi o que apresentou maior liberação de níquel e cobre, seguido pelo fio Tanzo Copper NiTi Titanium Wire e pelo Damon Optimal-Force Copper Ni-Ti. Não foi possível quantificar a liberação de cromo em nenhum dos fios.

O estudo ainda concluiu que a maior liberação de níquel ocorreu com os fios imersos em meio ácido – como ocorre em situações de acúmulo de placa sobre o fio ortodôntico, por exemplo -, enquanto que a maior liberação de cobre foi em meio neutro – situações de equilíbrio no meio bucal.

“Os íons metálicos podem ter efeitos tóxicos, alérgicos e carcinogênicos sobre as células quando a sua concentração em um tecido excede o nível indicado. Porém, os resutados do estudo realizado na SLMANDIC mostram que as concentrações de níquel, cromo e cobre liberadas pelos fios foram inferiores às consideradas tóxicas”, explicou a orientadora da pesquisa, a Prof.a Dr.a Roberta Tarkany Basting Höfling.