Simpósios sobre Doenças Tropicais acontece em Campinas
Dinheiro arrecadado será revertido para o projeto Barco da Saúde
Começou nesta segunda-feira, 10 de junho, o III Simpósio de Doenças Tropicais, III Simpósio de Saúde Humanitária e o I Simpósio de Atenção Primária na Saúde Bucal, do Projeto Barco da Saúde. Os eventos ocorrem simultaneamente nos auditórios 1 (Bloco J) e 5 (Bloco H) da Faculdade São Leopoldo Mandic, em Campinas, com palestras de profissionais renomados da área da saúde. A coordenação deste ano do Simpósio é do professor Giuliano Dimarzio.
No primeiro dia, na área de Medicina, foram abordados temas como Desnutrição, com o Prof. Dr. Roberto José Negrão Nogueira; Imunização, com a Dr.a Rachel Esteves Soeiro; Malária e Arboviroses, com os Professores Dr. Leonardo Felippe Ruffing e Dr. André Ricardo Ribas Freitas, respectivamente. A abertura do Simpósio foi feita pela Dra. Fabia Succi, Coordenadora adjunta do curso de Medicina da São Leopoldo Mandic.
Na área de Odontologia, foram abordados os seguintes temas: ATR, com a Prof.a Dr.a Luciana Butini Oliveira; Aprender Brincando Sobre Saúde, com a Prof.a Dr.a Flávia Flório, seguida de Prótese em um dia, com a Prof.a Dr.a Almenara de Souza Fonseca e Atendimento em adultos, com a Prof.a Dr.a Luciana Okajima. A abertura do evento foi feita pela Prof.ª Dr.ª Fabiana Mantovani Gomes França, Coordenadora do curso de Odontologia da SLMANDIC.
Os simpósios abordam os contextos em que a saúde humanitária está inserida, destacando a necessidade de atuação de profissionais da área da saúde em projetos e ações que visam o atendimento e acolhimento das populações carentes e negligenciadas, que é o foco de atendimento dos alunos e professores que participam do projeto Barco da Saúde.
Nesta terça-feira, 11 de junho, o Simpósio discutirá a Saúde da população ribeirinha, com o Prof. Dr. Paulo Afonso Martins Abati; Saúde Rural, com o Prof. Dr. Giuliano Dimarzio; Saúde da população indígena – Projeto Expedicionários da Saúde, com Dr. Ricardo Afonso Ferreira; Atuação em Odontologia em populações negligenciadas – Projeto Sorriso de Amor, com Dr.a Aline Mayer.
Sobre o Barco da Saúde
O Projeto Barco da Saúde 2019 seguirá para o Pará pelo terceiro ano consecutivo, de 28 de julho a 4 de agosto, levando alunos e professores dos cursos de Medicina e Odontologia da Faculdade São Leopoldo Mandic para prestarem atendimento médico e odontológico para comunidades ribeirinhas, que vivem nas margens dos rios Tapajós, Arapiuns e Amazonas.
Especialista em Medicina do Sono é convidado internacional de simpósio
Simpósio aconteceu na Faculdade São Leopoldo Mandic, em Campinas, e debateu a interface entre Odontologia e Medicina para diagnosticar e tratar problemas relacionados ao sono
Dr. Miguel Meira e Cruz, médico e cirurgião-dentista, é presidente da Associação Portuguesa de Cronobiologia e Medicina do Sono, e esteve neste sábado, dia 16 de fevereiro, na Faculdade São Leopoldo Mandic, em Campinas, como convidado internacional do Simpósio “Sono: Interface entre Odontologia e Medicina”. Ele ministrou a palestra “Sono e Dor: Novas Fronteiras e Perspectivas”.
O especialista abriu sua apresentação afirmando que a Medicina do Sono é uma só. “Não gosto de ouvir falar em Odontologia do Sono. O paciente precisa ser visto de forma integral por vários profissionais diferentes”, opinou.
Ele prosseguiu a palestra falando sobre o que é o sono, os processos neurobiológicos e fisiológicos responsáveis pela sua regulação e explicou detalhadamente as suas fases. Em seguida, mostrou as razões pelas quais é preciso dormir e os malefícios causados pela privação do sono.
Dr. Miguel contou sobre o experimento realizado em 1964 por Randy Gardner, que ficou 264 horas sem dormir, o que equivale a 11 dias e 25 minutos. Randy tornou-se recordista do maior tempo que um humano já conseguiu ficar acordado, e pôde relatar os aspectos afetados pela privação do sono, como humor, memória, coordenação motora, atenção e fala, além de causar psicoses e alucinações.
Segundo o palestrante, estudos realizados em ratos evidenciam ainda que dormir pouco ou mal enfraquece o sistema imunológico, aumenta o estresse oxidativo, altera a temperatura corporal e a produção de neurotransmissores, provoca alterações endócrinas, favorece o aparecimento de problemas cardiovasculares, entre outros efeitos que afetam a saúde.
Tempo de sono
“É preciso tomar cuidado com os conceitos existentes sobre o tempo de sono adequado para as pessoas. É muito falado que 8 horas é o tempo ideal de sono e que se a pessoa não dormir isso ela tem insônia. Muitas pessoas acabam medicadas sem necessidade”, afirmou Dr. Miguel, ressaltando que o tempo ideal de sono diário pode variar entre 7 e 9 horas, de acordo com necessidades e características individuais, o que é comprovado por inúmeros estudos científicos.
Ele afirmou que é natural despertar à noite e voltar a dormir, mas que isso muitas vezes também é classificado erroneamente como insônia. “Todas as pessoas adultas acordam pelo menos uma vez à noite e voltam a dormir. Isso não é insônia e não afeta a saúde. Insônia é ficar acordado mais de meia hora e não conseguir voltar a dormir”.
Horário de verão
Dr. Miguel foi enfático ao afirmar que mudanças no horário de dormir e despertar – como aquelas provocadas pelo horário de verão – podem gerar consequências nocivas para a saúde, pois afetam o sono e o funcionamento de todos os sistemas do corpo humano.
“Essas mudanças de hora, que acontecem duas vezes por ano, têm efeitos significativos no sono e também muito sutis que afetam o ciclo circadiano das pessoas”, explicou. O ciclo circadiano é o período de 24 horas no qual acontecem as atividades do ciclo biológico dos seres vivos, e tem a função de ajustar o relógio biológico e controlar, por exemplo, o sono e apetite.
A palestra foi finalizada com a exposição sobre diagnóstico e tratamento das principais doenças relacionadas ao sono: insônia, doenças respiratórias, doenças do ritmo circadiano sono-vigília, parassonias, doenças do movimento e doenças centrais de hipersonolência.
Simpósio discute o papel da Odontologia e Medicina em relação à dor orofacial e aos distúrbios do sono
Várias palestras fizeram parte da programação do primeiro dia do Simpósio “Sono: Interface entre Odontologia e Medicina”, que começou hoje, dia 15 de fevereiro, na Faculdade São Leopoldo Mandic, em Campinas. Na plateia, quase 200 pessoas, entre cirurgiões-dentistas, médicos, fonoaudiólogos, psicólogos e fisioterapeutas, reuniram-se para debater as pesquisas científicas mais recentes sobre os distúrbios do sono e a dor orofacial.
A primeira palestra do dia foi sobre “Introdução ao Sono, Diagnóstico das Doenças do Sono e Síndrome da Apneia Obstrutiva do Sono”, ministrada pelo Dr. Bruno Bernardo Duarte, médico especialista em medicina do Sono e responsável pelo Ambulatório de Ronco e Apneia do Sono do Hospital da PUC-Campinas. Ele mostrou o panorama geral da Medicina do Sono no Brasil, lembrando que o sono começou a ser estudado na década de 70 e que, nos últimos 20 anos, as pesquisas foram intensificadas nesta área.
Dr. Bruno falou sobre o ciclo sono-vigília, as fases e a fisiologia do sono e o diagnóstico e tratamento dos principais Distúrbios Respiratórios Obstrutivos do Sono – o ronco e a apneia obstrutiva do sono. Ele questionou o que pode ser considerado um “sono normal”, já que o sono depende da idade e da cultura em que o paciente está inserido, e ressaltou que é preciso individualizar cada caso que chega ao consultório.
Com relação ao diagnóstico, o médico falou sobre a polissonografia, um exame complementar que pode ser feito em laboratório ou em domicílio. Ele mostrou como é feita a leitura do exame e quando precisa ser indicado. Dr. Bruno expôs os diversos tipos de tratamento para apneia obstrutiva do sono, como as cirurgias orofaríngeas, os procedimentos palatais, a terapia posicional, os aparelhos intraorais de avanço mandibular e o CPAP (Dispositivo de Pressão Positiva Contínua nas Vias Aéreas).
Aparelhos Intraorais
Em seguida, aconteceu a palestra da Dr.a Izabella Paola Manetta Signorini, cirurgiã-dentista do Ambulatório de Ronco e Apneia do Sono do Hospital da PUC-Campinas, sobre aparelhos intraorais de avanço mandibular para tratar ronco e apneia. Ela fez uma análise sobre qual seria o melhor aparelho intraoral, comparando pré-fabricados e não tituláveis, os individualizados e não tituláveis (avanço mandibular máximo) e os individualizados e tituláveis (avanço mandibular progressivo). “Existem muitos tipos de aparelho. É preciso considerar que muitos estudos comprovam a importância do avanço mandibular. A partir de 50% de avanço mandibular, o paciente começa a ter melhorias”.
A Dr.a Izabella ainda falou sobre as contraindicações dos aparelhos intraorais, os fatores relevantes que devem ser observados nos pacientes, a avaliação da eficácia do tratamento com aparelho e seus efeitos colaterais. “O CPAP tem mais eficiência para tratar apneia, porém o paciente consegue usar os aparelhos intraorais por mais tempo, fazendo com que a adesão ao tratamento seja maior e os resultados sejam melhores”. A cirurgiã-dentista ressaltou que há estudos científicos que comprovam o efeito favorável dos aparelhos intraorais sobre o sistema cardiovascular. “Os aparelhos intraorais e o CPAP podem diminuir a pressão arterial”.
Bruxismo
Para finalizar as palestras da manhã, a Dr.a Adriana Lira Ortega, cirurgiã-dentista e pós-doutora em Patologia Bucal, falou sobre bruxismo na infância e na adolescência. Ela expôs informações sobre o diagnóstico e o tratamento do bruxismo e alguns mitos que existem sobre esse assunto. “Bruxismo não é DTM e bruxismo não tem a ver com a oclusão dentária. Muita gente faz confusão”.
A Dr.a Adriana lembrou que o bruxismo requer uma abordagem transdisciplinar, envolvendo a Pediatria, a Medicina do Sono, a Psicologia, a Otorrinolaringologia e a Odontologia. “O bruxismo é bem mais do que um problema de dentes desgastados”. Ela falou ainda sobre os fatores que podem causar o bruxismo em crianças e adolescentes, como alergias, apneia, asma, refluxo, TDAH, autismo, Síndrome de Down e determinados fármacos. A Dr.a Adriana ressaltou que os fatores emocionais, como o estresse e a ansiedade, podem estar mais ligados à percepção errônea das mães do que a algum problema real que leve ao bruxismo.
Até o fim do dia, ainda falaram a Dr.a Liete Swir, doutora em Ciências da Saúde da UNIFESP, sobre comorbidades inflamatórias e degenerativas em DTM, a Dr.a Juliana Trindade Clemente Napimoga, professora da Faculdade São Leopoldo Mandic, sobre a interface neuroimune da dor, o Dr. Leonardo Rigoldi Bonjardim, professor da FOB/USP, sobre testes quantitativos sensoriais, e o Dr. Antônio Sérgio Guimarães, professor de pós-graduação da SLMANDIC, sobre avaliação interdisciplinar do sintoma do paciente baseado na web.
Amanhã, dia 16 de fevereiro, a palestra “Sono e Dor: Novas Fronteiras e Perspectivas” será ministrada por Miguel Meira e Cruz, Presidente da Associação Portuguesa de Cronobiologia e Medicina do Sono, e encerra o primeiro Simpósio do ano realizado pela São Leopoldo Mandic.
Confira a galeria de fotos do primeiro dia do Simpósio!
São Leopoldo Mandic realiza Simpósio sobre Sono e Dor em Campinas e Fortaleza
O “Simpósio Sono e Dor: Novas Fronteiras e Perspectivas” é um evento organizado pela Faculdade São Leopoldo Mandic e acontecerá nos dias 15 e 16 de fevereiro, na Unidade Campinas da SLMANDIC, localizada na Rua José Rocha Junqueira, 13, no bairro Swift. Na segunda-feira, dia 18 de fevereiro, o Simpósio também será realizado na Unidade Fortaleza da SLMANDIC, na Rua Padre Valdevino, 1415.