A Faculdade São Leopoldo Mandic promoveu, no dia 15 de maio, a palestra “Células-Tronco das Polpas Dentais: que tesouro é esse? ”, ministrada pelo Dr. José Ricardo Muniz Ferreira, especialista em Periodontia, mestre em Implantodontia, doutor em Ciência de Materiais, fundador e presidente do Centro de Processamento Celular R-Crio. O objetivo foi mostrar os benefícios da criopreservação de células-tronco extraídas das polpas dentais.
Muniz iniciou a palestra falando sobre a importância de diminuir o abismo que existe entre a comunidade científica e a sociedade. “Quem faz pesquisa precisa estar comprometido com a entrega do conhecimento científico para a sociedade”, enfatizou.
Ele prosseguiu falando sobre a importância da Medicina Regenerativa, o que são células-tronco e a sua classificação universal (hematopoiética e mesenquimal). “Na década de 60, foram descobertas as primeiras células-tronco adultas”, disse o pesquisador, depois de falar sobre células-tronco embrionárias.
O palestrante contou que, em 2003, foram descritas pela primeira vez as células-tronco dos dentes de leite, e mostrou quais são as outras partes do corpo onde elas também podem ser encontradas – tecido nervoso e córnea, pele e anexos, sangue periférico, tecido adiposo, medula óssea, músculo, cordão umbilical, placenta, membrana amniótica, líquido amniótico, saco vitelínico e tecidos fetais.
Medicina regenerativa
A Medicina regenerativa pode ser descrita como o processo de substituir ou regenerar células, tecidos ou órgãos humanos para restaurar suas funções normais. Na palestra, Muniz mostrou qual é o papel das células-tronco no processo de regeneração, a importância do controle da resposta inflamatória e como acontece o reparo tecidual.
“Nós estamos vivendo mais tempo. Por causa dos avanços da Medicina, a expectativa de vida da população aumentou muito e passamos a morrer de doenças degenerativas, como diabetes, arteriosclerose, Mal de Alzheimer, hipertensão, doenças cardíacas, glaucoma e câncer”, disse Muniz, justificando a importância das células-tronco. “A comunidade clínica precisa despertar para isso. A indústria farmacêutica já tem esse olhar. Não se trata doença degenerativa da mesma forma que se trata doença infectocontagiosa, que no passado era prevalente”.
O cirurgião-dentista e as células-tronco
Para Muniz, o cirurgião-dentista deve ser um disseminador dos benefícios das células-tronco para o futuro do paciente. Ele falou sobre a necessidade de eliminar determinados estigmas que são universais, como a crença de que o dente de leite deve cair em casa e não ser extraído em consultório. “É preciso pensar que existem formas diferentes de se fazer as coisas, pois para fazer a criopreservação de células-tronco o dente tem que ser extraído no consultório”, disse.
Ele ainda falou sobre as vantagens de fazer a extração de células-tronco de polpas dentais. “Essas células-tronco demoram muito mais para envelhecer e é muito menos invasivo extraí-las das polpas dentais do que de outras partes do corpo”, concluiu.