Estudante de graduação em Medicina participa do estudo, que também foi mencionado no The New York Times
Desde o final de 2020, existe uma grande preocupação mundial em relação às variantes do SARS-CoV-2: B.1.1.7 (Alfa), identificada no Reino Unido; B.1.351 (Beta), descoberta na África do Sul; e P.1 (Gamma), originária do Amazonas, no Brasil. Estas três variantes estiveram relacionadas ao aumento da transmissibilidade e ao agravamento da situação epidemiológica nos locais onde se expandiram.
Frente a esse cenário, o médico epidemiologista e professor de Medicina da Faculdade São Leopoldo Mandic, André Ricardo Ribas Freitas, juntamente com outros profissionais da área, realizou o estudo “The emergence of novel SARS-Cov-2 variant P1 in Amazonas (Brazil) was temporally associated with a change in the age and gender profile of COVID-19 mortality”, com o objetivo de analisar o perfil de mortalidade antes e após o surgimento da cepa P1 no estado do Amazonas.
O aluno do 6º ano da graduação em Medicina, Otto Albuquerque Beckedorff, participou da pesquisa, que resultou em um artigo científico publicado na The Lancet Regional Health – Americas, uma das revistas mais importantes na área das ciências médicas.
A pesquisa, mencionada no The New York Times, revelou aumento no risco de severidade e na taxa de mortalidade pela covid-19 após o surgimento da variante de preocupação P1, principalmente entre jovens de 20 a 39 anos e mulheres infectadas. Houve um aumento de 2,7 vezes na taxa de mortalidade entre os casos hospitalizados na população de 20 a 39 anos. Cresceu também a proporção de casos de Infecção Respiratória Aguda Grave e mortalidade por covid-19 em mulheres.
Em geral, este estudo confirma que houve o aumento da taxa de letalidade em ambos os sexos de 20 a 59 anos, o que sugere mudança no perfil de patogenicidade e virulência da doença. Foram analisados dados do Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Influenza (SIVEP-Gripe), comparando dois períodos epidemiológicos distintos: entre abril e maio de 2020 (período do pico da 1ª onda da covid-19) e em janeiro de 2021 (período referente à 2ª onda), mês em que a nova variante passou a predominar.
Confira o estudo na íntegra: doi.org/10.1016/j.lana.2021.100021.
Confira as reportagens do The New York Times: