A paracoccidiodomicose é uma micose sistêmica que é um sério problema de saúde pública e que afeta vários países da América Latina e, especialmente, as regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste do Brasil, com 80% dos casos.
Dentre todos os sintomas dessa doença, as lesões orais – que afetam a gengiva, a mucosa bucal, o palato duro, os lábios e a língua – são os mais frequentes. Por esse motivo, conhecer as características da paracoccidiodomicose é importante para o estomatologista e o patologista atuarem no diagnóstico e tratamento dessa micose. A pesquisa realizada pela aluna de mestrado da São Leopoldo Mandic, Catarina Rodrigues Rosa de Oliveira, analisou a ficha de 118 pacientes com diagnóstico confirmado da doença a fim de avaliar se há algum padrão nos pacientes com diagnóstico confirmado, no Laboratório de Patologia Bucal da cidade de Campinas (SP).
Nas fichas desses pacientes, Oliveira buscou diversos dados, como idade, sexo, raça, moradia, etilismo, tabagismo, local das lesões e presença de outras doenças e deformidades. Todos os 118 casos de paracoccidiodomicose apresentavam lesões na boca, mais de 50% eram fumantes e 28% bebiam, moravam em Campinas, eram do sexo masculino, brancos, com mais de 40 anos de idade e apresentavam outras doenças.
A aluna concluiu que “a pesquisa trouxe valiosas informações, demonstrando que as lesões orais em todos os casos avaliados é um importante indicativo de que a paracoccidiodomicose causa uma infecção local que pode invadir outros órgãos”. Ela foi orientada pelo professor Doutor Ney Soares de Araújo.