O Dia Nacional de Combate ao Colesterol é comemorado em 8 de agosto. Trata-se de um assunto que precisa, cada vez mais, de conhecimento e atenção. Afinal, as doenças cardiovasculares são as que apresentam maior índice de mortalidade, em todo o mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde – OMS.
Colesterol: mocinho ou vilão?
“O colesterol é importante para várias funções orgânicas, como produção de hormônios e funcionamento das células. Ele pode ser dividido em várias frações, dependendo de sua composição. A fração conhecida como “colesterol ruim”, LDL-colesterol (Low Density Lipoprotein), quando em excesso, se deposita nas artérias de todo o corpo, formando placas de gordura, chamadas aterosclerose. Ao longo do tempo, essas placas podem obstruir a passagem de sangue para os órgãos”, explica a coordenadora da disciplina de Cardiologia da Faculdade São Leopoldo Mandic, Prof.ª Dr.ª Carla Patrícia da Silva e Prado.
A aterosclerose pode limitar o fluxo sanguíneo, inclusive daqueles órgãos cujo mal funcionamento pode levar à morte ou a limitações sérias. É o caso do coração, do cérebro e dos vasos sanguíneos periféricos. “Quando a obstrução é no coração, pode provocar o infarto do miocárdio, e quando é no cérebro, pode provocar o acidente vascular cerebral, conhecido como derrame”, diz Prado.
Números por aqui
No Brasil, o índice elevado de colesterol – superior a 200 mg/dL – é mais prevalente em mulheres (35,1%), nos indivíduos com mais de 45 anos e com menor escolaridade, segundo pesquisa de 2019, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, em parceria com o Ministério da Saúde. O estudo ainda destacou que, das pessoas analisadas, apenas 12,5% sabiam que o próprio colesterol estava elevado e somente 14% já havia realizado dosagem do perfil lipídico.
Origem e cuidados
“O motivo para a alta prevalência dos níveis elevados do colesterol é variado. Acredita-se que, desde a era industrial, com a urbanização da população, houve modificação relevante dos hábitos alimentares, com a diminuição da ingestão de alimentos in natura, aliada ao consumo excessivo de alimentos processados e ultraprocessados. Soma-se, ao fator alimentar, o desenvolvimento tecnológico acelerado nas últimas décadas, que contribuiu para o sedentarismo e para o ganho do peso. A obesidade, atualmente, é considerada epidêmica e está relacionada diretamente à dislipidemia”, conta.
Ainda de acordo com a coordenadora, o nível elevado de colesterol pode ter diversas origens, como: alimentação inadequada, obesidade, sedentarismo, consumo elevado de bebidas alcoólicas, genética etc. Por isso, as recomendações são: manter hábitos saudáveis e uma alimentação livre de produtos ultraprocessados, consumir poucos alimentos processados e pobres em gordura saturada, limitar o consumo de bebidas alcoólicas, não fumar, praticar atividade física regularmente e manter o peso ideal. “Em alguns casos, após avaliação médica e dependendo do perfil de risco individual, pode ser indicado o uso de medicamentos redutores do colesterol”, reforça.