O diabetes tipo 1 é uma doença autoimune que impede o pâncreas de produzir insulina, hormônio responsável pelo controle da glicose no sangue. Embora ainda não tenha cura nem medidas preventivas conhecidas, o tratamento adequado é capaz de garantir qualidade de vida e evitar complicações graves, como doenças renais, cardíacas e oculares.
No entanto, o número de crianças e adolescentes com diabetes tipo 1 tem crescido de forma preocupante no Brasil e no mundo. De acordo com o Atlas da Diabetes da Federação Internacional de Diabetes (IDF), cerca de 92,3 mil jovens brasileiros vivem com a doença. Esse crescimento, observado nas últimas décadas, reforça a necessidade de atenção redobrada aos sintomas, do diagnóstico precoce e do acompanhamento contínuo.
Neste artigo, você vai entender por que os casos de diabetes tipo 1 em crianças têm aumentado, quais são os principais sintomas e fatores de risco, e como é possível prevenir e controlar a doença.
O que é diabetes tipo 1
O diabetes tipo 1 é uma das várias manifestações da diabetes mellitus, caracterizada pela destruição das células beta pancreáticas, responsáveis pela produção e secreção de insulina. Sem a insulina, a glicose se acumula no sangue, provocando hiperglicemia e, a longo prazo, uma série de complicações metabólicas.
Diferentemente do diabetes tipo 2, fatores genéticos e imunológicos causam o diabetes tipo 1, que não pode ser prevenido por estar relacionado a uma condição crônica e hereditária. De acordo com o Ministério da Saúde, essa variação da diabetes tem seu pico de incidência em crianças entre 10 e 14 anos de idade, sendo menos comum em adultos, embora possa se manifestar também na vida adulta.
O que levou ao aumento dos casos de diabete tipo 1 em crianças?
De acordo com informações divulgadas pela Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), nas últimas três décadas, a incidência de diabetes tipo 1 aumentou de 3% a 4%. Mas, embora diversos fatores tenham sido associados à diabete tipo 1, nenhum pode ser responsabilizado diretamente pelo aumento no número de casos dos últimos anos. De acordo com a vice-presidente da SBD, os dados sugerem apenas a influência de fatores ambientais.
A grande questão por trás desses números, que projetam cerca de 17,4 milhões de casos apenas entre crianças de adolescentes em todo o mundo até 2040, é que, por se tratar de uma condição autoimune com gatilhos complexos e multifatoriais, o diabetes tipo 1 não tem prevenção conhecida. Ou seja, até o momento, não é possível impedir esse aumento nos índices mundiais da doença.
No entanto, reconhecer precocemente os sinais clínicos e iniciar o tratamento adequado é essencial para controlar os níveis glicêmicos e evitar complicações. Assim, reduzindo assim o impacto da doença no dia a dia dos pacientes.
Diagnóstico e tratamento
O diagnóstico precoce do diabetes tipo 1 é fundamental para evitar complicações graves e reduzir o risco de cetoacidose diabética, condição em que, devido à falta de glicose, as células passam a se decompor e a produzir compostos denominados cetonas para produzir energia. Embora esse mecanismo de defesa forneça a energia que o corpo precisa, ele também torna o sangue mais ácido. Esse quadro pode se manifestar antes mesmo do diagnóstico do diabetes e, quando não tratado, pode levar ao coma e, em casos extremos, à morte.
Por este motivo, o diagnóstico precoce da diabetes tipo 1 é essencial. Entre os principais sinais da diabetes tipo 1, estão:
- Sede excessiva;
- Aumento da fome;
- Perda de peso inexplicável;
- Vontade frequente de urinar;
- Cansaço constante.
O tratamento do diabetes tipo 1 baseia-se na reposição de insulina, já que o pâncreas deixa de produzir o hormônio. Assim, o paciente aplica a insulina diretamente na camada de células de gordura, logo abaixo da pele. De preferência, barriga, coxa, braço, região da cintura ou glúteo. O tratamento deve ajustar a insulinoterapia de forma individual, considerando a idade, a rotina e a resposta metabólica de cada paciente.
Além disso, o monitoramento constante da glicose é parte essencial do cuidado. Para isso, o paciente deve utilizar um glicosímetro, aparelho capaz de medir com precisão a concentração de glicose no sangue ao longo do dia.
O controle adequado do diabetes tipo 1 exige comprometimento e acompanhamento médico contínuo para garantir qualidade de vida e bem-estar. Quando o diagnóstico ocorre precocemente e o paciente segue corretamente o tratamento, ele consegue evitar complicações e manter a glicemia dentro dos níveis ideais.
Mais do que uma rotina de cuidados, o tratamento representa autonomia e prevenção, reforçando a importância da informação e do acompanhamento especializado para que crianças, adolescentes e adultos com diabetes tipo 1 possam viver sem grandes impactos da doença no seu dia a dia.
As informações utilizadas para a construção deste artigo foram obtidas a partir da Federação Internacional de Diabetes (IDF), atualizadas até a data da publicação e estão sujeitas a alterações.