Durante a formação, o médico é ensinado a realizar procedimentos, atendimentos e entender toda a parte clínica da Medicina. Mas, para além de habilidades e conhecimentos técnicos, é essencial que também desenvolva habilidades sociais e empáticas no atendimento humanizado ao paciente.
É neste contexto que entra a relação médico-paciente, essencial para aproximar o paciente de forma que ele confie no médico e se abra sobre seus sintomas, oferecendo mais detalhes sobre outras questões da vida pessoal que possam compor o diagnóstico e torná-lo mais preciso.
Mas, ao mesmo tempo em que criar esse vínculo e proximidade com o paciente é importante, também é necessário compreender quais são os limites profissionais e éticos dessa relação.
Neste artigo, você vai entender o que é a relação médico-paciente, sua importância e quais seus limites.
O que é a relação médico-paciente?
A relação médico-paciente é um vínculo construído durante consultas, exames e tratamento, através de confiança e empatia entre as duas partes. Essa relação tem como objetivo criar um espaço seguro e acolhedor para que o paciente compartilhe, além de seus sintomas, opiniões, histórico, receios e outras questões pessoais.
A partir dela, é mais provável que a anamnese seja feita com mais eficiência, o diagnóstico seja desenvolvido com mais precisão e o tratamento aplicado tenha mais eficácia, uma vez que o médico passa a ter um contexto mais completo de informações e questões que podem estar envolvidas no quadro do paciente.
Além disso, após o diagnóstico, a adesão ao tratamento depende diretamente desse vínculo de confiança. Um paciente que acredita no profissional tende a seguir com mais segurança e comprometimento as orientações médicas.
O que diz o código de ética sobre a relação médico-paciente?
O Código de Ética Médica dedica os artigos de 31 ao 42 do Capítulo V às condutas vedadas ao médico na construção e manutenção desta relação, ou seja, determinam o limite.
De modo geral, o Código de Ética determina que o limite desta relação é baseado no que diz respeito à autonomia do paciente, preservação do sigilo profissional e no compromisso em agir para o bem do paciente e nunca para o mal dele.
Entre algumas das práticas vedadas pelo Conselho Federal de Medicina estão:
Art. 31. Desrespeitar o direito do paciente ou de seu representante legal de decidir livremente sobre a execução de práticas diagnósticas ou terapêuticas, salvo em caso de iminente risco de morte.
Art. 41. Abreviar a vida do paciente, ainda que a pedido deste ou de seu representante legal.
Art. 40. Aproveitar-se de situações decorrentes da relação médico-paciente para obter vantagem física, emocional, financeira ou de qualquer outra natureza.
Outros pontos abordados pelo Código de Ética são voltados principalmente para a responsabilidade médica, o compromisso com o atendimento e certas determinações em relação ao marketing médico, exposição do paciente e teleatendimento.
Ética médica e relação médico-paciente
A relação entre médico-paciente é um elemento essencial para um diagnóstico preciso e um tratamento eficaz, uma vez que, a partir dela, é construída a confiança entre as duas partes.
Com isso claro, é importante que o médico se familiarize com os conceitos envolvidos na ética médica e na relação médico-paciente e invista no acolhimento durante todas as etapas da jornada do paciente, promovendo experiências mais positivas.
As informações utilizadas para a construção deste artigo foram obtidas a partir do Código de Ética Médica, atualizadas até a data da publicação e estão sujeitas a alterações.