A Demografia Médica de 2025 é um estudo realizado pela Universidade de São Paulo (USP) em parceria com a Associação Médica Brasileira e o Ministério da Saúde e objetiva compreender o cenário atual da Medicina no Brasil e apresentar uma perspectiva do futuro da área.
O estudo trabalha com dados coletados em todo o país e estima que hoje existem 572.960 médicos no território e a projeção é que este número cresça e ultrapasse 1,15 milhão até o ano de 2035.
Mas o que isso significa?
Neste artigo, você vai entender como o contexto atual impacta diretamente na sua escolha de carreira médica e futuro na área da saúde.
O que diz a Demografia Médica 2025 sobre o número de médicos no Brasil?
A partir de informações coletadas, nos últimos 5 anos, houve um aumento de 116,5 mil novos médicos no Brasil, levando ao crescimento simultâneo da razão médico por habitante. Hoje, a relação se estabelece em 2,98 médicos a cada 1000 habitantes.
Atualmente, o país conta com 572.960, com um crescimento de mais de 100% sobre o ano de 2000, principalmente devido à expansão de cursos de graduação em Medicina nos últimos anos.
De 2004 a 2024 foram abertas, em média, 2.538 vagas para Medicina por ano, saindo de 13.820 em 2004 para 48.491 vagas em 2024.
Esse crescimento foi impulsionado principalmente pela Lei Mais Médicos, de 2013, com 91% do crescimento sendo responsabilidade de Instituições de Ensino Privadas.
No entanto, ao analisarmos a distribuição desses médicos pelo território nacional, é possível identificar a concentração de profissionais da saúde na Região Sul e Sudeste.
- Capitais (34,6%)
- Interior +300 mil hab. (21,6%)
- Interior 100 mil a 300 mil hab. (28,8%)
- Interior -100 mil hab. (14,8%)
Predominância feminina
Pela primeira vez, a maioria dos profissionais médicos é feminina.
De acordo com o estudo, atualmente as mulheres representam 50,9% dos profissionais de Medicina e a projeção para 2035 é que esse número cresça para 56%. Principalmente, considerando a crescente de matrículas femininas em cursos de Medicina (61,8% do total de matriculados).
As mulheres também são maioria nas especialidades de Dermatologia, Pediatria e Endocrinologia.
Especialidades médicas
Atualmente, no Brasil, de acordo com os dados oferecidos pelo estudo da USP, 59,1% dos médicos contam com alguma especialidade.
Dentre as 55 especialidades regulamentadas no país, 50,6% dos especialistas se concentram em 7 delas.
São elas:
- Clínica Médica (12,4%) – 59.038 especialistas
- Pediatria (10%) – 47.787 especialistas
- Cirurgia Geral (7,8%) – 37.208 especialistas
- Ginecologia e Obstetrícia (7,4%) – 35.528 especialistas
- Anestesiologia (4,7) – 22.367 especialistas
- Cardiologia (4,3%) – 20.414 especialistas
- Ortopedia e Traumatologia (4%) – 18.998 especialistas
Disparidade entre médicos formados e vagas de Residência Médica
Em comparação com 2018, houve um crescimento de 20% nas instituições de Residência Médica nacionais. No entanto, esse número não alcançou – muito menos acompanhou – o aumento de profissionais formados em Medicina.
De acordo com as informações fornecidas pela USP, na Demografia Médica 2025, existem 32.611 médicos formados no ano anterior (2023), para 16.189 vagas de Residência Médica disponíveis (2024).
Além disso, 54,3% dos médicos residentes se encontram na Região Sudeste.
Alternativas à Residência Médica
Diante da alta concorrência, a busca por alternativas à Residência Médica para aqueles que querem se especializar é cada vez maior.
É comum que nesse caminho a alternativa encontrada por alguns seja procurar por opções de especialização em Residência Médica em áreas mais carentes e, consequentemente, com concorrências menores.
No entanto, essa alternativa reduz as possibilidades de escolha de áreas de especialização e, mesmo com a concorrência menor, ainda não há garantias da conquista de uma vaga.
Por isso, muitos também veem como alternativa a pós-graduação latu sensu. Essa opção, além de oferecer uma garantia de vaga, não impede que o médico exerça a Medicina mesmo durante o período do curso.
Isso porque é possível conciliar com mais facilidade os horários de estudo com atendimentos diários, principalmente, considerando as opções de pós-graduação EAD, híbridas e presenciais com horários flexíveis.
E, claro, para se tornar oficialmente um especialista na área a partir da pós-graduação, basta que o médico passe pela Prova de Título reconhecida pelos Conselhos de Medicina.
Hoje, de acordo com as informações disponibilizadas pela Demografia Médica, 36,3% dos médicos especialistas foram titulados por sociedades médicas.
O que tudo isso significa para o futuro da Medicina no Brasil?
De modo geral, o que se pode concluir das informações da Demografia Médica de 2025 é que existe um movimento de crescimento exponencial do número de médicos formados que não é acompanhado pelo número de vagas em Residências Médicas.
Hoje, mais de 60% dos médicos graduados não conseguem ingressar em uma Residência. A previsão é que até 2035 o número de médicos ultrapasse 1,15 milhão e, mesmo com o crescimento de Programas de Residência, as vagas ainda não são suficientes para suprir a demanda.
Devido a esse fato, é necessário buscar alternativas que proporcionem ao médico a possibilidade de escolha da sua área de atuação sem ter que passar por um caminho tão árduo e demorado como os Programas de Residência.
Hoje, as pós-graduações médicas variam de 12 a 24 meses de duração e ainda oferecem a possibilidade de escolher a modalidade entre EAD, semipresencial ou presencial adaptável às necessidades dos alunos.
Agora que você já entendeu o cenário atual da Medicina no Brasil e tem uma perspectiva sobre o futuro da carreira médica, que tal dar uma olhada nos cursos de pós-graduação da São Leopoldo Mandic?