Os estudantes conheceram toda a estrutura do instituto e recriaram o caminho que os pacientes faziam para serem internados na década de 40.
“Arte, Cultura e Saúde” esse foi o tema da visita técnica que os estudantes de medicina da Faculdade São Leopoldo Mandic fizeram no Serviço de Saúde Cândido Ferreira. A atividade ocorreu nesta quarta-feira (22/03), e teve como objetivo propor uma imersão sobre os antigos quartos de internação, que, atualmente, foram transformados em museu.
Na ocasião, os alunos foram apresentados aos novos ambientes do instituto, no qual, hoje, os usuários do sistema de saúde recebem um tratamento totalmente humanizado, possuindo como foco a integração dos pacientes na sociedade.
Em seguida, os estudantes foram guiados para os antigos dormitórios e pátios do local, que se mantêm preservados desde a década de 40. O tour começou pelos quartos, onde foi exibido um trecho de documentário sobre os antigos internos dos hospitais psiquiátricos, e, logo depois, o passeio continuou pelos espaços institucionais que são decorados artisticamente pelos pacientes.
O Prof. Dr. Bruno Ferrari, docente de ética e cidadania da Faculdade São Leopoldo Mandic, contou a expectativa da atividade para os futuros médicos: “A nossa proposta hoje foi construir uma atividade que pudesse trazer uma experiência aos alunos. Circulamos pelo espaço institucional e, na finalização, pudemos trazer alguns aspectos teóricos para conversar e ajudar na construção de alguns sentidos para essa vivência, trazendo ainda mais a humanização na área da saúde.”
A coordenadora do curso de ética e cidadania, Dra. Fabiola Holanda, detalhou o objetivo da aula: “Tivemos como propósito colocar os alunos dentro dos espaços vivenciais para que eles experimentassem a cultura, a arte, para que eles se tornem sensíveis. Essa é uma das competências importantes na formação de futuro médico.”
Já a estudante Isadora Iladi de Liz, contou qual foi a sua percepção ao participar desta imersão: “Foi uma experiência que eu não estava esperando que iria me afetar tanto, mas não só na forma como eu pensava que ia ser, de me colocar no lugar dos usuários, mas também me fez pensar em como a própria estrutura consegue carregar tanta energia sobre toda as situações que já ocorreram aqui, mas eu consigo entender que, na época, era o único lugar que eles tinham como casa e isso é muito triste.”
Eduardo Leite, estudante da Mandic, detalhou como a cultura ajudou os pacientes psiquiátricos: “Nunca tinha visitado esse tipo de ambiente, vi como, infelizmente, as pessoas eram muito maltratada. A gente ficou numa área muito apertada, com muito calor e, assim, não consegui ficar uns 15 minutos, e eu fico imaginando como essas pessoas ficavam décadas nessas condições sub-humanas. Mas foi muito legal ver as paredes com pinturas e saber que a arte conseguiu transformar esse ambiente. Antes era um lugar frio e hoje é um lugar com cores vibrantes”.
Veja abaixo as fotos deste passeio:














