“A eternidade não é a imortalidade da alma, mas sim a intensidade, que se passa no aqui e no agora. Sendo assim, arranquemos a eternidade de qualquer instante”. Essa frase, baseada em na filosofia de Baruch Espinoza, foi citada pelo Prof. M.e Emílio Terron, durante a “Homenagem ao Cadáver Desconhecido”, realizada ontem à noite na SLMANDIC, presencialmente na Matriz, em Campinas, e via Youtube para as demais Unidades.
O evento teve o objetivo de sensibilizar os alunos dos cursos de graduação em Medicina e Odontologia sobre a importância de respeitar os corpos que são utilizados como “peças” nas aulas de anatomia humana. “Antes de ser um cadáver, eles tiveram uma história, vieram de uma família, e hoje servem ao estudo, à ciência, e à busca da cura de doenças”, reforçou o Prof. M.e Wilson Enéas Maximiano.
Para eternizar o momento e representar os cadáveres desconhecidos, uma muda de árvore foi selecionada e decorada com mensagens dos participantes. “Iremos plantá-la, pois simboliza o crescimento, o respeito, a empatia, o ato de florescer”, explicou a Presidente da Liga da Alegria, Nicole Carbone, estudante do curso de Medicina, uma das organizadoras do encontro.
Para Terron, a atitude dos alunos em relação ao tema mostra que existem assuntos tão importantes quanto o desempenho acadêmico. É o caso do sentido que a gente dá para a vida, por exemplo. “Isso aqui não é um culto à morte. Pelo contrário: cada encontro da nossa existência poderia ter uma certa marca da eternidade.”
A ocasião foi, certamente, de muita reflexão, com pitadas de filosofia e poesia, citadas pelos professores que ministraram as palestras, e também de música, tocada e cantada pela aluna Maria Victoria Ferraço, também do curso de Medicina.